Energia solar instalada no Brasil já é equivalente à geração de Itaipu
Energia Solar: Qui, 03 de Março de 2022, 13:47:00
O uso de energia solar no Brasil se expandiu tanto que o país gera atualmente 14 gigawatts (GW), capacidade igual à potência da usina hidrelétrica de Itaipu.
O dado é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e mostra o imenso potencial da energia fotovoltaica para casas, comércios e indústrias.
A pesquisa considera os parques centralizados de geração — grandes usinas e distribuidoras — e também a geração distribuída, aquela presente em telhados de casas, fachadas ou terrenos. Desde 2012, o Brasil já teria conseguido movimentar cerca de R$ 74,6 bilhões em investimentos e R$ 20,9 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.
Além da parte financeira, com economia no médio e longo prazo nos custos com eletricidade, a energia solar ainda é boa para o meio ambiente. Segundo a Absolar, cerca de 18 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser despejados na atmosfera com a adoção da geração limpa.
“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, afirma o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.
Para 2022, a entidade espera ainda manter o crescimento acelerado dos anos anteriores, principalmente em razão da Lei nº 14.300/2022, que criou o marco legal da geração própria de energia, e do aumento nas tarifas de energia elétrica. É provável que mais pessoas instalem os painéis solares em suas residências ou prédios para aproveitar esse bom momento.
Dúvidas sobre energia fotovoltaica? Entre em contato conosco.O Brasil possui 4,7 GW de potência instalada em usinas solares de grande porte, o equivalente a 2,4% da matriz elétrica nacional. Esses empreendimentos são a sexta maior fonte de geração e estão presentes em todas as regiões, com operações em dezenove estados brasileiros e um portfólio de 31,6 GW já outorgados para desenvolvimento.
Legislação incentiva o uso da energia fotovoltaica
Nos últimos 10 anos, o brasileiro convive com elevadas taxas de energia provocadas pela escassez de chuvas. Como o país é altamente dependente da energia hidrelétrica, quando os níveis dos reservatórios baixam demais, a geração cai e o preço cobrado do consumidor sobe. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília são exemplos de grandes cidades que passaram por situação similar nos últimos tempos — na Capital da República, os brasilienses ainda pagam tarifas de bandeira vermelha.
O marco legal da geração própria de energia, sancionado nos primeiros dias do ano, estabeleceu um período de transição até 2045 para incentivar o setor. Os consumidores que instalarem um sistema solar em seus telhados ou terrenos até janeiro de 2023 terão garantidas todas as regras atuais pelos próximos 22 anos.
A Lei nº 14.300/2022 traz definições também para quem gera a própria energia a partir do vento (eólica), de centrais hidrelétricas e de biomassa. Uma vantagem é que energias geradas e não consumidas podem ser convertidas em créditos junto às distribuidoras para reduzir o valor na conta.
Por outro lado, haverá pagamento dos encargos de distribuição por aqueles que começarem a geração após 12 meses da nova lei. Esses pagamentos são relativos à remuneração dos ativos do serviço de distribuição, da depreciação dos equipamentos da rede e do custo da operação e manutenção do serviço. Sim, na prática, você será taxado por usar o sol em benefício próprio.
Mesmo assim, a energia solar ainda é mais vantajosa porque traz uma economia financeira, promove a sustentabilidade e reduz a sobrecarga dos sistemas de geração tradicionais.
Por Alveni Lisboa, editado por Douglas Ciriaco, Canal Tech, publicada em 03/03/2022.
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