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Participação das fontes renováveis na matriz energética global pode atingir 60% em 2050, aponta estudo da BP

Sustentabilidade: Sex, 25 de Setembro de 2020, 15:00:00

 

Segundo a empresa, queda de custos de produção e políticas de incentivos podem impulsionar a geração limpa

 

Portal Solar - A participação das fontes renováveis na matriz energética global pode atingir 60% em 2050, aponta estudo da BP. O relatório Energy Outlook 2050 da petroleira mostra que a queda de custos de produção e políticas de incentivos podem impulsionar a geração limpa, cuja representatividade no mix mundial era de apenas 5% em 2018.

A companhia considerou três cenários possíveis para os sistemas de energia. Nos de “transição rápida” e “emissão zero”, o aumento anual médio na capacidade solar e eólica nos próximos 15 anos pode chegar a 350 GW e 550 GW respectivamente. No cenário mais ambicioso, os incrementos podem chegar próximos a 1TW por ano entre 2035 e 2040. Desde 2000, o crescimento anual tem sido ao redor de 60 GW.

Mesmo no cenário mais conservador, que considera que as políticas, tecnologias e tendências sociais evoluam na mesma velocidade vista no passado recente, os 235 GW de incremento médio na capacidade solar e eólica ainda são consideravelmente maiores que taxas anteriores. Nos três cenários, economias emergentes responderão pela maior parte da expansão das renováveis, motivadas pelo maior crescimento da geração de energia e pela maior fatia de energia limpa em detrimento das usinas térmicas.

Porém, os avanços nos dois cenários mais otimistas são seguidos de uma desaceleração, quando os custos de intermitência associados a uma maior penetração das renováveis refletirá na trajetória de crescimento de novas capacidades, que atingirá o auge em 2035 e depois cairá de forma aguda. A BP assinala que essa curva descendente aumenta o risco de excesso de capacidade na cadeia de fornecimento das renováveis.

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Também nesses dois cenários de transição mais rápida, é previsto que um volume importante de energia solar e eólica serão utilizados para produzir hidrogênio verde, com a participação nessa modalidade crescendo para até um terço da capacidade instalada total até 2050. O estudo também revela que o papel ascendente da energia renovável virá em detrimento dos hidrocarbonetos, com o consumo de carvão decaindo significativamente em todos os três cenários e nunca retomando o ápice registrado em 2013.

Em todos os três cenários, a demanda de petróleo cairá nos próximos 30 anos. O relatório observa que o nível de procura não se recuperará da forte queda causada pela pandemia de COVID-19, implicando que os 100 milhões de barris por dia, registrados e, 2019, serão o ápice do consumo da commodity.

O CEO da BP, Bernard Looney, declarou que a pesquisa foi fundamental para auxiliar a companhia no desenvolvimento da estratégia de emissões zero. “Mesmo com a pandemia reduzindo drasticamente as emissões globais de carbono, o mundo permanece em um caminho instável. Porém, a análise de nosso relatório mostra que, com as políticas necessárias e mais escolhas de baixo carbono feitas pelas companhias e consumidores, a transição energética pode ser realizada.”

Após aumentar sua participação acionária na empresa de desenvolvimento solar, Lighsource BP, para 50%, a BP anunciou no início de 2020 os planos para alcançar a neutralidade de emissões até 2050, acumulando um portfólio de renováveis de 50 GW nos próximos dez anos. A companhia também quer aumentar o investimento anual em geração de baixa intensidade em carbono dos atuais US$ 500 milhões para US$ 5 bilhões em 2030.

Por Ricardo Casarin, Portal Solar, publicada em 20/09/2020.

 
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Foto: Meramente Ilustrativa.

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