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Nível dos reservatórios brasileiros despenca e está abaixo dos 30%

Economia e Energia: Seg, 06 de Setembro de 2021, 11:13:00

 

Capacidade das hidrelétricas despencou de 68,9% para 28,8% entre final de abril e começo do mês de setembro

 

 

O volume de água nos reservatórios que compõem o SIN (Sistema Interligado Nacional) despencou em menos de cinco meses em razão dos efeitos provocados pela maior estiagem dos últimos 91 anos.

Segundo levantamento do Canal Solar, com base em dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a capacidade de armazenamento das hidrelétricas brasileiras caiu de 68,9% para 28,8% entre os dias 29 de abril e 3 de setembro.

A redução nos números têm relação direta com a queda do índice pluvial no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por atender cerca de 70% de toda demanda hidroenergética do país. Ao todo, a capacidade caiu de 40,1% para 20,9%.

Atualmente, sete dos dez reservatórios com menor índice pluviométrico do país pertencem a essa bacia hidrológica. Todas elas, inclusive, estão operando com menos de 18% de sua capacidade.

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Outra redução que ajuda a explicar a crise ocorre no submercado da região Sul, o segundo maior do Brasil, com cerca de 7% da capacidade de armazenamento. O nível dos reservatórios do espaço está em 26,9%, sendo que foi de 42,6% em abril.

A capacidade hídrica dos demais subsistemas nacionais também sofreram quedas nos últimos meses. Nos reservatórios da região Nordeste, o volume percentual de água registrou declive de 57,8% para 48,7%, enquanto que no Norte a redução foi mais contida: de 70,1% para 69,8%.

No entendimento de especialistas, investimentos em energias renováveis, entre elas a solar, se mostram uma solução viável para enfrentar o problema, já que mais da metade da matriz energética do país vem da energia gerada pelas hidrelétricas.

A ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), por exemplo, desenvolveu um estudo que mostra isso. A Associação ainda listou medidas que considera serem necessárias para que o país não venha a enfrentar problemas como o racionamento de energia.


Capacidade máxima de armazenamento dos subsistemas nacionais:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 203.567,078 MW/mês
  • Sul: 19.897,047 MW/mês
  • Nordeste: 51.602,07 MW/mês
  • Norte: 15.164,887 MW/mês


Usinas hídricas com menos capacidade em operação, no momento:

  • Itumbiara: 10,67%
  • Segredo: 11,07%
  • Emborcação: 11,41%
  • Nova Ponte: 11,79%
  • Marimbondo: 12,82%
  • G.B. Munhoz: 13,27%
  • M. Moraes: 16,86%
  • Furnas: 17,01%
  • Maua: 17,13%
  • Água Vermelhas: 17,47%

 

 

Crise hídrica

 

A falta de chuvas e de oferta energética, fizeram com que o Governo Federal se visse obrigado a tomar uma série de medidas nos últimos meses para evitar um racionamento de energia junto às famílias brasileiras.

As principais ações aplicadas foram a compra de energia de países vizinhos, como Argentina e Uruguai, e a adesão ao uso das termelétricas – uma fonte mais cara, na qual o custo é repassado ao consumidor.

Ao todo, os valores adicionais devem ultrapassar a barreira dos R$ 11 bilhões até o mês de novembro. O número foi divulgado por Elisa Bastos, diretora da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, no dia 17 de agosto.

O acionamento destas usinas, além de fazer com que os brasileiros tivessem que pagar mais caro para utilizar a eletricidade em suas residências, também obrigou a população a lidar com uma alta de preços em outros setores da economia, como no gás de cozinha e nos itens da cesta básica, por causa dos efeitos da inflação.

 

 

Futuro incerto

 

O ministro de MME (Minas e Energia), Bento Albuquerque, disse nesta quinta-feira (2), em entrevista à GloboNews, que é “difícil prever o futuro”. A afirmação foi feita após ser questionado sobre a possibilidade de haver um racionamento de energia no país.

Até então, o chefe da Pasta negava enfaticamente a possibilidade, chegando a dizer em diversas entrevistas que o Governo nem sequer trabalhava com essa possibilidade.

Na última terça-feira (31), Albuquerque disse em seu discurso à rede nacional de rádio e televisão, que os consumidores terão de participar de um “esforço inadiável” na economia de energia.

O pronunciamento foi feito no mesmo dia em que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a criação de um novo patamar da bandeira tarifária, que será aplicado até 30 de abril de 2022. Chamado de “bandeira escassez hídrica”, a tarifa extra tem o valor de R$ 14,20 para cada 100 kWh consumidos – um aumento de quase 50% sobre o preço que vinha sendo praticado em agosto, que era de R$ 9,49.

Por Henrique Hein, Canal Solar, publicada em 03/09/2021.

 
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Foto: Da fonte.

Nivel dos reservatorios cai pela metade em menos de cinco meses

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