Renováveis têm custos inferiores ao combustível fóssil mais barato
Sustentabilidade: Seg, 28 de Junho de 2021, 10:20:00
Relatório da IRENA aponta que as fontes de energia limpa trariam economia de US$ 156 bilhões aos países emergentes
Segundo relatório divulgado pela IRENA (International Renewable Energy Agency), 162 GW ou 62% da geração total de energia renovável adicionada no ano passado teve custos inferiores que a opção de combustível fóssil mais barata.
O custo da energia fotovoltaica concentrada (CSP), por exemplo, caiu 16%, a eólica onshore teve redução de 13%, a eólica offshore de 9% e a solar obteve um declínio de 7%.
Ademais, de acordo com a pesquisa, as novas adições possibilitarão ainda uma economia de até US$ 156 bilhões para os países emergentes ao longo da vida.
“Hoje, as renováveis são a fonte de energia mais barata, ao mesmo tempo que adicionam empregos, impulsionam o crescimento e atendem às ambições climáticas”, disse Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA.
“Estamos muito além do ponto crítico do carvão. Seguindo o mais recente compromisso do G7 de zero líquido e parar o financiamento global de combustíveis fósseis no exterior. Cabe agora ao G20 e às economias emergentes igualar essas medida”, ressaltou.
Dúvidas sobre energia fotovoltaica? Entre em contato conosco.Para La Camera, não se pode permitir uma transição energética em que alguns países rapidamente se tornam verdes e outros permanecem presos ao sistema baseado em fósseis do passado. “A solidariedade global será crucial, desde a difusão de tecnologia até estratégias financeiras e apoio ao investimento”.
A IRENA também apontou que os projetos renováveis adicionados em 2020 reduzirão os custos no setor de eletricidade em pelo menos US$ 6 bilhões por ano nos países emergentes, em relação ao acréscimo da mesma quantidade de geração por combustível fóssil. Dois terços dessas economias virão da eólica onshore, seguida da hidrelétrica e solar fotovoltaica.
Outro ponto enfatizado pelo levantamento é que em dez anos o custo da energia solar em escala de utilidade caiu 85%, o da CSP em 68%, o da eólica onshore em 56% e 48% da eólica offshore.
Mais dados
Segundo o estudo, nos Estados Unidos, por exemplo, 149 GW ou 61% da capacidade total de carvão custa mais do que a nova capacidade renovável.
A substituição dessas usinas por energias limpas cortaria despesas em US$ 5,6 bilhões por ano e economizaria 332 milhões de toneladas de CO₂, reduzindo as emissões de carvão nos país em um terço.
Na Índia, 141 GW de carvão instalado é mais caro do que a nova capacidade renovável. Na Alemanha, nenhuma planta de combustível fóssil existente tem custos operacionais mais baixos que a solar fotovoltaica ou eólica onshore.
Traçando uma análise global, mais de 800 GW de energia a carvão existente custa mais que novos projetos solares ou eólicos onshore comissionados em 2021.
A “aposentadoria” dessas usinas reduziria os custos de geração em até US$ 32,3 bilhões anuais e evitaria cerca de 3 gigatoneladas de CO₂ por ano, o que corresponde a 9% das emissões globais de CO₂ relacionadas com a energia em 2020.
Futuro
A IRENA indicou que a perspectiva até 2022 mostra os custos globais de energia renovável caindo ainda mais, com a eólica onshore se tornando 20-27% mais baixa que a nova opção de geração a carvão mais barata.
Além disso, 74% de todos os projetos solares fotovoltaicos comissionados nos próximos dois anos – adquiridos de forma competitiva por meio de leilões e licitações – terão um preço inferior ao da energia a carvão.
“A tendência confirma que as renováveis de baixo custo não são apenas a espinha dorsal do sistema elétrico, mas também permitirão a eletrificação em usos finais como transporte, edifícios e indústria e desbloquearão a eletrificação indireta competitiva com hidrogênio verde”, concluiu o relatório.
Por Mateus Badra, Canal Solar, publicada em 28/06/2021.
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Foto: Da fonte.
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