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Brasil bate recorde de contratos de energia limpa assinados em 2020

Sustentabilidade: Qua, 10 de Fevereiro de 2021, 15:00:00

 

Pesquisa realizada pela BloombergNEF aponta que o país obteve 1.047 MW em PPAs

 

Segundo pesquisa realizada pela BNEF (BloombergNEF), as empresas de setores que vão de petróleo e gás a grandes tecnologias assinaram 1.047 MW em contratos de compra de energia (PPAs) limpa em 2020 no Brasil, estabelecendo um novo um recorde para o país.

Segundo a BNEF, isso ocorreu pois muitas companhias continuaram migrando para o mercado livre do país, onde é possível assinar contratos bilaterais diretamente com os desenvolvedores.

Traçando uma análise global, o relatório apontou que as empresas adquiriram um recorde de 23,7 GW de potência em energia limpa corporativa em 2020, ante 20,1 GW em 2019 e 13,6 GW em 2018.

O aumento aconteceu apesar da crise econômica causada pela pandemia da Covid-19, da recessão global e incerteza sobre a política de energia dos Estados Unidos antes das eleições presidenciais.

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Tais PPAs foram assinados por 130 empresas no mundo. A Amazon foi a maior compradora no ano passado, anunciando 35 contratos, totalizando 5,1 GW. Em segundo lugar, aparece a petrolífera francesa Total (3 GW), TSMC (1,2 GW) e a US telecom Verizon (1GW).

Ao total, a gigante tecnológica Amazon já comprou mais de 7,5 GW, ultrapassando o Google (6,6 GW) e o Facebook (5,9 GW).

As corporações enfrentaram uma onda de adversidade em 2020. As funções corporativas internas foram interrompidas no início da pandemia e muitas viram as receitas despencar à medida que as economias globais sofriam”, disse Kyle Harrison, associado sênior da BNEF e principal autor do estudo.

Os pontos de interrogação antes, e depois, das eleições nos Estados Unidos complicaram ainda mais a tomada de decisões de longo prazo. Para não apenas manter, mas também crescer, o mercado de aquisição de energia sustentável sob essas condições é uma prova de quão alta a sustentabilidade está na agenda de muitas companhias”, acrescentou.

 

 

EUA lideram expansão

 

Os EUA foram mais uma vez o maior mercado, mas menos dominante do que nos anos anteriores. As empresas anunciaram 11,9 GW de PPAs corporativos nos Estados Unidos em 2020, abaixo dos 14,1 GW em 2019 – a primeira queda ano a ano desde 2016, apontou a BNEF.

A América Latina também teve um ano de baixa, com os volumes de PPAs caindo de 2 GW em 2019 para 1,5 GW em 2020.

Na contramão, os volumes de PPAs corporativos na região da Europa, Oriente Médio e África quase triplicaram, de 2,6 GW em 2019 para um recorde de 7,2 GW em 2020.

Na Espanha, por exemplo, as companhias anunciaram contratos para comprar 4,2 GW, acima de 300 MW no ano anterior.

Os projetos solares e eólicos no país geram alguns dos preços mais baratos e competitivos da Europa, graças aos fortes recursos naturais e um grande grupo de desenvolvedores experientes. Empresas como a Total e a Anheuser Busch estão orquestrando ‘PPAs virtuais transfronteiriços’ na Espanha, comprando energia limpa no país para compensar sua carga em outras partes da Europa”, relatou a Bloomberg.

Na Ásia-Pacífico, as corporações também compraram volumes recordes de contratos de energia sustentável, anunciando 2,9 GW de potência em energia fotovoltaica e eólica. Taiwan se estabeleceu como um importante mercado no ano passado, com um total de 1,25 GW.

Mais do que nunca, as empresas têm acesso à energia limpa a preços acessíveis em escala global. As mesmas não têm mais desculpas para atrasar a definição e o trabalho em prol de uma meta sustentável”, ressaltou Jonas Rooze, analista líder de sustentabilidade da BNEF.

 

 

RE100

 

De acordo com a pesquisa, cerca de 65 novas empresas aderiram ao RE100 em 2020 – iniciativa corporativa global de energia renovável que reúne centenas de instituições comprometidas com a eletricidade 100% renovável.

Prevemos que 285 membros do RE100 precisarão coletivamente adquirir mais 269 TWh de eletricidade limpa em 2030 para cumprir as metas de RE100. Caso essa deficiência seja atendida exclusivamente com PPAs externos, isso catalisaria uma estimativa de 93 GW de construção solar e eólica nova e incremental”, apontou Kyle Harrison.

O interesse dos investidores na sustentabilidade está muito alto, com os fluxos de fundos voltados para a sustentabilidade crescendo 300% entre 2019 e 2020. Companhias em todos os setores, incluindo aqueles difíceis de abater, como petróleo, gás e mineração, estão sentindo a pressão para comprar energia limpa e descarbonizar. Este grupo está apenas arranhando a superfície com a quantidade que pode catalisar”, concluiu.

Por Mateus Badra, Canal Solar, publicada em 08/02/2021.

 
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