Análise da AIE detalha como a energia limpa já se tornou um componente-chave das economias mais bem-sucedidas do mundo, e orienta como as indústrias verdes poderiam seguir seu rastro

A energia limpa acrescentou cerca de US$ 320 bilhões à economia mundial no ano passado, representando 10% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado nesta quinta-feira (18).

O estudo examinou quatro países e regiões – Estados Unidos (EUA) a China, a União Europeia (UE) e a Índia –, que juntos representam dois terços do produto interno bruto (PIB) global. Três categorias de atividade no setor da energia limpa foram incluídas no estudo, tais como a fabricação de tecnologias, a implantação de capacidade e a venda de equipamentos "verdes".

Nos EUA, o PIB cresceu 2,5% em 2023, em parte impulsionado pela Lei de Redução da Inflação (IRA), que estimulou o investimento na produção de energia limpa. O setor foi responsável por cerca de 6% do crescimento da economia americana.

Na UE, a energia limpa foi responsável por quase um terço do crescimento do PIB em 2023 – a percentagem mais elevada de qualquer região avaliada – embora a sua percentagem tenha sido inflacionada pelo fraco crescimento global do PIB, de cerca de 0,5%. As metas e políticas climáticas da UE, incluindo a Lei da Indústria Net Zero (NZIA), estão apoiando investimentos na produção de energia limpa, que mais do que duplicaram entre 2022 e 2023, impulsionados em particular pela produção de baterias.

O setor de energia limpa da China foi responsável por cerca de um quinto do crescimento de 5,2% do PIB em 2023, com o maior aumento proveniente do investimento em capacidade instalada, seguido pelas vendas de equipamentos limpos, especialmente veículos elétricos (VE). A produção de energia limpa representou cerca de 5% do crescimento do PIB chinês em 2023.

A AIE acrescentou que a capacidade de produção excedente da China em tecnologias como baterias pode limitar o alcance do crescimento na produção de energia limpa no futuro.

Embora a Índia tenha sido a grande economia com crescimento mais rápido em 2023, com uma taxa de crescimento de 7,7%, a energia limpa contribuiu com pouco menos de 5% do crescimento do PIB no ano passado, principalmente através do investimento em nova capacidade de energia solar.

Investimento e vendas em tecnologias de energia limpa

O estudo também examinou a participação do investimento e das vendas em tecnologias de energia limpa selecionadas no PIB. Em 2023, a China liderou nesta categoria (mais de 4%), seguida pela UE (cerca de 2%), pela Índia (cerca de 1,5%) e pelos EUA (pouco mais de 1%). A AIE descreveu a percentagem como “substancial”, uma vez que estas economias são grandes e diversificadas.

Além disso, o setor das energias limpas impulsionou uma parte considerável do crescimento total do investimento nestas economias em 2023. Globalmente, cerca de US$ 200 bilhões (R$ 1 trilhão) foram investidos na produção de tecnologias de energia limpa em 2023, um aumento de 75% em relação ao ano anterior.

Na China, o setor das energias limpas contribuiu com 50% do crescimento do investimento total em 2023. Nos EUA, a participação foi de 20%.

Por "Um Só Planeta", publicada em 18/04/2024.

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