Como o Itaú Unibanco diminuiu gastos com energia elétrica em MG devido ao uso de energia solar
Curiosidades: Sex, 05 de Julho de 2019, 09:53:00
Desde o fim de 2018, a agência diminuiu em 9% os gastos com energia elétrica através da construção de usinas fotovoltaicas.
Em 2016, a Agência Nacional de Energia Elétrica ampliou as possibilidades da geração distribuída: o uso de energia solar com posterior compensação na conta de luz, que já era normatizado desde 2012 para consumidores, passou a valer para empresas. A notícia soou como música para os executivos do Itaú Unibanco que queriam reduzir gastos com energia nas agências e fazer isso de maneira sustentável. Assim, o banco começou a estudar formas de adotar a energia solar, num projeto concluído em 2018.
Para testar o modelo, foi escolhido o estado de Minas Gerais, que tem uma rede de cerca de 400 agências e boa incidência de sol, numa parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais. Do fim do ano passado para cá, o banco conseguiu diminuir em 9% os gastos com energia elétrica no estado.
“Uma agência consome muita energia elétrica, quase 80% são destinados aos aparelhos de ar condicionado, para conforto das pessoas e segurança dos equipamentos”, diz Francisco Vieira, diretor de serviços e infraestrutura do Itaú Unibanco. “Com a mudança, vimos a oportunidade de fazer parte do desenvolvimento desse mercado.” A ideia agora é que, nos próximos anos, a solução chegue aos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Veja como a mudança foi feita:
Passo 01: Pesquisa de Viabilidade
O Itaú Unibanco montou uma equipe multidisciplinar para checar a viabilidade prática de abastecer agências bancárias com energia solar. O grupo foi liderado pela equipe de infraestrutura, mas contou com funcionários de sustentabilidade e finanças. Consultorias entraram em questões pontuais, como controle de risco tributário.
Passo 02: Análise da Concorrência
Foi necessário escolher uma empresa para gerenciar o arrendamento de uma fazenda de energia solar, mediante um processo de seleção rigoroso. Com um mercado de geração distribuída ainda em formação, foram encontradas três empresas dotadas de capacidade técnica compatível com o projeto - uma foi escolhida.
Passo 03: Identificação de Usina
A empresa selecionada fez a busca e a identificação de uma usina de geração fotovoltaica que pudesse atender parte significativa das agências do Itaú em Minas Gerais. A usina está montada numa fazenda em Jaíba, perto da divisa com a Bahia. Atualmente, 40% da produção da usina é destinada ao banco.
Passo 04: Expansão da Rede
Prevendo ampliar o uso da energia solar em Minas, o Itaú solicitou à empresa parceira a construção de uma nova fazenda solar, na cidade de Brasília de Minas. O local, que será arrendado pelo banco após o término das obras, vai aumentar 150% a capacidade de geração de energia solar para o Itaú, atingindo cerca de 200 agências mineiras.
Resultados:
- Com a adoção de energia solar, o Itaú cortou 9% da conta de luz em Minas Gerais.
- A fonte solar passou a responder por 30% da energia usada no estado.
- A troca evitou, de janeiro a maio deste ano, a emissão de 9 toneladas de CO2
Reportagem original por Murilo Bomfim, publicada no dia 04/07/2019
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Foto por Germano Lüders/EXAME
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